terça-feira, 10 de novembro de 2009

Portugueses cada vez mais ameaçados de extinção

Em 1960 a esperança média de vida à nascença era de 61 anos nos homens e 67 anos nas mulheres. Hoje é de 75 e 82 anos, respectivamente.

Se o envelhecimento causado pelo aumento da esperança de vida é um sinal de melhoria das condições de vida e da saúde, já o envelhecimento de base causado pelo declínio da natalidade não augura nada de aprazível...

Hoje foram conhecidas as estatísticas demográficas (INE) do ano de 2008 (ver aqui) confirmando mais uma vez as tendências progressivas que se têm vindo a registar nos últimos anos.

O início do período de declínio está iminente.
Já em 2007, pela primeira vez de
sde 1918 o país teve mais óbitos do que nascimentos (recessão populacional).

É mais relevante ainda se termos em conta que o número populacional só se manteve em escasso crescimento pelo fundamental peso dos imigrantes e respectivas taxas acrescidas de fertilidade, natalidade, fecundidade e nupcialidade.
Porém, a recente crise tem feito regressar muitos dos imigrantes e pelo facto Portugal prepara-se para assistir ao primeiro ano de declínio da população nacional desde 1918.

Um outro facto que é preciso ter em conta para a estabilidade demográfica do país é a progressiva redução de casamentos celebrados e no mesmo tempo, aumento dos divórcios.

Ora observando a estrutura etária da população portuguesa e considerando as suas tendências sociais evolutivas, adivinha-se uma perca de oportunidade das faixas etárias em idade de conceber família.

Já se perdeu a oportunidade de impedir o inevitável achatamento da pirâmide etária nos próximos 30 anos.

As faixas de maior amplitude (actualmente 30-50 anos) passarão em 2045 para a classe etária dos 65-85 anos).
Não só se verificará a classe "reformada" abruptamente ampliada, como toda a população activa se verá reduzida e em declínio.

O desastre que seria a INVERSÃO da pirâmide antecedendo o fim dos Portugueses enquanto nação expressiva não é tão longínquo assim.
É preciso preveni-la!


Os bebés que vierem ao mundo esta semana, serão nas próximas décadas os primeiros Portugueses em minoria etária face a milhões de portugueses em idade de reforma.

O que está em causa não são apenas os sistemas de segurança social que sofrerão obrigatóriamente alterações pesadas.
Mesmo o crescente peso da multiculturalidade (imigrantes, estrangeiros e descendentes) na sociedade, portuguesa será bem absorvido pelo país.

A questão é se Portugal suportará tornar-se pela primeira vez na história, num "país de velhos"?
Trata-se de um horizonte desconhecido, que não deve ser substimado.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O tigre do Espectro político nacional

Substimado por comunicação social, comentadores e bloggers, estamos a assistir a um fenómeno político pouco estudado, mas que apresenta contornos que poderão afectar estruturalmente o partidário português nas próximas legislaturas...

No final de Outubro, o barómetro político da Marktest (empresa de sondagens mais credível de 2009) revela nova subida da popularidade de Paulo Portas.

E não é uma subida qualquer. O líder partidário que em 2008 chegou a ser o líder menos apreciado é hoje o líder partidário mais popular do espectro com o recorde de 50,5 pontos e em crescendo (também supera o Primeiro Ministro no índice de expectativas).
Com mais popularidade que Paulo Portas, só mesmo o Presidente da República (actualmente com 58,7 pontos e em queda).


E não se trata só de números. É reconhecida a qualidade e o poder argumentativo das suas intervenções objectivas e claras sem rival no emiciclo, e em crescente penetração ideológica na sociedade, o mesmo sucede com Nuno Melo e Diogo Feio.

Perceptível até pelas recentes intervenções e aproveitando a terrível baixa do PSD, desagregado, desmontado e desvigorado, Paulo Portas arrisca comandar os espíritos unitários de toda a oposição.

A comunicação social e os próprios partidos substimam os efeitos deste "salto" do PP, invocando o argumento de que com a chegada de um novo líder Social Democrata, o voto útil retornará ao PSD.

Mas é preciso ter atenção que o PP já demonstrou saber lidar com o voto útil e segurar eleitorado, e que o próprio PSD mesmo com um novo líder, enquanto recupera ou não recupera, subsiste a guerra de facções, barões e gatos ensacados que só desacreditam o partido que precisa de cheirar o poder para se unir.

Estamos perante um facto inédito na democracia portuguesa pós 25/74: CDS na sua melhor forma, em crescendo, enquanto que o seu concorrente PSD está na sua pior forma e sem espaventosa recuperação à vista.

Entretanto, a actual óptima posição de Paulo Portas lá vai consolidando eleitorado e influenciando tudo à sua esquerda.
Os próprios eleitores agnósticos da dicotomia Esquerda/Direita (que ainda são bastantes) estão seduzidos e susceptíveis de serem convertidos em democratas-cristãos ou aproximarem-se dos seus princípios.

O PSD suporta por isso um acrescido pesado fardo para os anos vizinhos: ou se faz acreditar ser capaz, e mais importante, ser merecedor de substituir o Partido Socialista no Poder, ou então teremos nas próximas eleições o CDS a conseguir não só manter o eleitorado, como a conquistá-lo ainda mais.

Perceba-se que embora o CDS tenha 21 de
putados enquanto o PSD 81, em votos, o CDS tem 36votos por cada 100 do PSD.
E enquanto que o PSD tem todo um trabalho de recuperação e credibilização para fazer (o que só acontecerá após o Partido alcançar um patamar de unidade), o CDS tem caminho aberto para descobrir novos horizontes.
Enquanto os militantes do PSD estão e estarão divididos e desiludidos, os do CDS estão entusiasmados e motivadíssimos para fazer mais e melhor.

Qual a importância da moral dos soldados nas batalhas?
Com a estagnação à Esquerda, estão abertas portas a alterações no Centro e Direita portuguesa...