terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A teoria Obamocêntrica.

No pior Inverno das últimas décadas, com a eminência da catástrofe económica mundial, conflitos recuscitados (ex. Gaza com 1300 mortos e 5400 feridos) e ainda novos desastres sociais sem precedentes (epidemia de cólera no Zimbábue, pânico com a fome do Quénia, etc...), surge paradoxalmente uma "luz" que nos distrái da escuridão...
Barack Hussein Obama.
Este é o rosto da esperança que mesmo antes de qualquer política faz brotar lágrimas de alegria em milhões de seres humanos por toda a parte.
Um líder que lembra o imortal Lincoln ou o inspirador Kennedy, e que quase oblitera da memória os restantes 41 Presidentes da chamada 'Terra dos Livres'...

Na vitória das directas ninguém esperava a actual crise, mas é nesta mesma crise que a valorizada luz de Obama ainda mais se destaca.
Será este o 'Messias' da política futura?

A única certeza é a de que Obama já triunfou. Triunfa por conquistar os corações dos Norte Americanos e não só. triunfa ao futilizar as campanhas baseadas no medo e triunfa pela mera inspiração que a todos insta.

Barack pode nunca chegar a satisfazer um quinto das expectativas geradas, mas ensinou-nos que é possível chegar ao topo do mundo apelando à força interior de cada um, ao invés das fequentes demandas matreiras com que o comum líder se presta.

Avizinham-se anos de estagnação da economia, mudanças de comportamentos e do modo como vemos a sociedade humana actual...

Que não se deixe estagnar o espírito, pois a riqueza não provem do dinheiro...


Esperemos pois que o tão aclamado e jovem líder não desiluda ao ponto de se perder este novo pilar que se confia poder vir a suportar um progresso de consciência...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Sócrates contra Sócrates!

Apesar de a recente entrevista ao nosso Chefe de governo não trazer qualquer novidade, e apenas compilar a mistela de princípios "entrolhados" do José Sócrates previsto para 2009, o nosso Primeiro Ministro terá certamente créditos de que se pode orgulhar.
Também há que reconhecer que poucos ou menos aspectos do nosso Portugal melhoraram... mal seria se um governo fizesse tudo mal...


Mas o certo, é que temos um Primeiro Ministro (PM) reactivo, que argumenta ao sabor do vento político, e cuja a ainda convicente retórica, embora suporte as suas convicções, em nada se coaduna com a realidade do país.

Só na última entrevista:

Um PM que vive por base de medição dos seus resultados, a previsão de 6,8 do défice "deixado por Ferreira Leite", e que reconhece o grave problema do endividamento externo, é o único PM da nossa democracia que faz propaganda orgulhosa de um aumento propositado do défice.
"decidimos aumentar o défice até 3% e usar essa folga"
O Anterior governo PSD-CDS pode ter deixado o país com défice alto, mas nunca admitiu aumentá-lo propositadamente, muito menos com pompa.


Na questão do estatuto dos açores, depois de um Presidente da República vencedor por maioria absoluta fazer parar o país duas vezes para alertar para os malefícios de retirar poder ao PR (sendo ou não constitucional), o PM diz:
"Eu não encontro razões para me opor à esta leitura (do PS) da constituição, pelo contrário...".

É um PM que apesar das medidas anticrise já anunciadas, afirma:
"não há nenhuma economia preparada para reagir e para responder a uma crise destas"
"recessão, não escaparemos a isso".
Se o cenário é de desastre, porquê as medidas paliativas e não verdadeiras reformas?

Sabendo da suprema eficácia e crescente necessidade dos transportes colectivos, sobretudo os ferroviários; e sabendo das lacunas nos mesmos, o nosso PM refere a infeliz sequência de palavras:
"Estamos a investir na eficiência energética e nas rodovias".

Quando se vislumbrava um controlo das contas e do défice a 2,2 ou inferior, anunciou-se o derradeiro avanço das grandes obras públicas para "alavancar a competitividade".
Agora, com a "crise inesperada que só se vive uma vez na vida", e sabendo-nos "sem escape à recessão", no que concerne às grandes obras, o rumo é.... Não mudar nada, excepto o argumento justificador das mesmas:
"É justamente nestas alturas que o estado deve fazer investimento".
Para quê dizer isto se o governo não tenciona alterar nem para mais nem para menos o investimento previsto? Constata-se de facto uma outra diferença: agora, ao contrário do que acontecia à um ano atrás, estas obras representam aumento objectivo do défice.

O PM argumenta que em tempo de crise não se pode baixar os braços, mas noutra perspectiva poderá ler-se: 'com a crise, o governo não sabendo o que fazer, mantém-se inerte'.

"...a prioridade para 2009 é o emprego"
O PM usa ainda do argumento das grandes obras como que priorizando o emprego. Mas depois diz:
"Esses investimentos (TTT, TGV e NAL) são investimentos que não vão ter expressão em 2009".
Mais se poderia dizer que não vai ter expressão na próxima década!
Com a economia global estagnada, e as companhias aéreas em liquidação, será o TGV mais rentável que uma linha alfa? E será o NAL a única hipótese de manter a capacidade do transporte aéreo para a capital?

Um PM que se orgulha tanto das medidas sociais como o abono pré-natal e aumento de abonos para famílias mais carenciadas, e um PM que tanta referência faz à segurança das famílias que irão enfrentar momentos difíceis, expôe:
"não quero arriscar a falência de um banco no nosso país".
"em 4.º lugar, temos que apoiar as famílias".

Pergunta-se, quanto mais tempo irá durar a argumentação narcisista do nosso estimado PM e até quando irão os portugueses continuar a confiar na sua propaganda?...

Perderá inrresponsávelmente o PS, nesta janela de maioria absoluta, a oportunidade de reformar?

No final deste mandato de "modernização" da economia, muitos gostariam de poder voltar atrás no tempo...