segunda-feira, 27 de abril de 2009

"O Triunfo dos Porcos, a Desonra dos Bravos"

O sistema não funcionava...
Camaradas militares, oficiais genuínos
Gente disposta contra os cretinos
Tinha que se acabar com a trapalhada!
Chegara o momento da vitória
E sem procurar louvor ou glória
Se iria calar a gargalhada.

Partindo na madrugada
Um oficial liderou para Lisboa
Uns subalternos em brigada
Ocupando do beato à madragoa

Com a democracia desinibida cravou-se os louros pela descida
Desfilando na avenida que antes de ser já o era;
Mas a verdade fez-se bera parindo história iludida
Criando um monstro sem nome...

Depressa se sentiu uma ignorância
Que em toda e qualquer instãncia
Se nos mostrou fazer fraco da gente;

Longe dos tumultos nos trópicos
Começara pois a ditadura
Que com polícias e censura
Conteve a fome dos utópicos;

E sem a ver perdurar
Num surto sem cura
O alegre povo festejou
Legitimando amargura;

Agora a liberdade prostitui um símbolo
Que iguais não definem e dele se faz o que se quer,
Do fraterno uma desculpa, para o que der e vier.

Os ideiais esses,
Só nos espíritos se vivem, só na alma se manifesta
E sempre que a mesma data isso testa
Não há heróis nem canções nem flores
Que nos salvem do que resta...


Paulo Rosário Dias, Abril 2009

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.