sexta-feira, 4 de junho de 2010

Uma Grande Depressão...

A actualidade convida a recordar o que significou a Grande Depressão do século passado...

No século XX, as consequências da Grande Guerra levariam cerca de um decénio para dar lugar a uma Grande Depressão económica com impacte em todas as nações, com especial significado nos Estados Unidos, na Alemanha e na Grã-Bretanha.

Durante quase uma década, os Estados Unidos constituíram-se como uma grande potência em próspero crescimento. Apesar de ignorado pelos progressistas, as desigualdades sociais agravaram-se sobretudo entre as classes médias urbanas e os operários e agricultores.
O mercado de acções de Nova Iorque valoriza-se com o absorver de novos investimentos. No furor especulativo, as classes médias e as pessoas com rendimentos modestos investem com recurso ao crédito.
A Europa ressentia-se da fuga de capital estrangeiro e alguns países entravam em depressão económica.

Ainda com as acções em alta, os Estados Unidos pararam de crescer. A produção do aço, construção civil e automóveis estava a baixar. O receio originou vendas de acções ao longo de todo o mês de Outubro de 1929, e no dia 24 (a “Quinta-feira negra!), milhões de acções foram postas à venda sem encontrar compradores, perdendo o seu valor. O crash da Bolsa (ver vídeo documentário) despoletou o pânico na bolsa de valores, levando os investidores a vender a qualquer preço. Dezenas de biliões de dólares em valor desapareceram da economia, a produção industrial cai abruptamente e o desemprego instala-se aos milhões (v.i.).

A crise espalha-se a todo o mundo, com particular excepção da URSS. Sem a Alemanha para pagar reparações, a Grã-Bretanha e a França suspendem pagamentos dos empréstimos. Posteriormente, tentativas de cooperação internacional falham.

A longo prazo resultou que a política económica da maioria dos governos evoluiu (a chamada revolução keynesiana), e os países menos desenvolvidos orientaram a sua indústria para a substituição de importações.

A depressão contribuiu ainda, especialmente nos países com alta carga fiscal, para o aparecimento de movimentos políticos extremistas, tanto de esquerda como de direita, nomeadamente na Alemanha, contribuindo indirectamente para o germinar da II Guerra Mundial.

No auge da sua pior crise desde a Guerra Civil, nos Estados Unidos chega à Presidência F. Roosevelt com promessas de recuperação económica e reforma social. A sua administração desenvolveu estratégias de concorrência e demolição de monopólios sem contudo conseguir evitar uma nova recessão em 1937.

Com as reparações Alemãs, as campanhas de reconstrução da França deram estímulos positivos à economia. Cessadas as reparações o país viu-se sem recursos e a desvalorização do Franco superou o período da guerra. Reformas drásticas estabilizaram o Franco num quinto do seu valor no início da guerra. A desvalorização estimulou exportações e barrou importações, adiando por uns anos e amenizando os efeitos da depressão na França.

Na Itália implantou-se um regime totalitário, fascista e bastante corporativo que na prática pouco ou nada potenciou a economia. Na Espanha, a agricultura permaneceu de baixa produtividade e com a fragilização do falhanço das medidas de recuperação pós-depressão instalou-se através de golpe de estado uma guerra civil destrutiva e sangrenta que culminou na criação de um regime autárquico com semelhanças às ditaduras fascistas da Itália e da Alemanha.

Já a Alemanha Nazi foi a primeira grande nação a alcançar a recuperação total. Sem recorrer à nacionalização total da economia, em 1939 a Alemanha atingiu um ponto em que tinha mais empregos que trabalhadores, uma situação fomentada por programas ambiciosos de obras públicas que se transformou num programa de rearmamento. Expandiu as suas acessibilidades e as suas indústrias com autoritarismo, ganhando auto-suficiência e competitividade aos seus rivais...


Entre 1929 e 1933, Portugal foi um dos poucos países que conseguiu crescer (Expresso, 2009)

Portugal não conseguiu contudo escapar à depressão do séc. XXI. Sabemos como nos atingiu e como nos afecta. A nação discute como há-de viver nela...

Mas convém parar para pensar que com um Mundo económico controlado por uma China, e com uma Europa desfeita: Que virá depois da depressão?

1 comentário:

  1. Obrigado pela sua solidariedade no corta fitas. Se achar tiver interesse em contactar-me, use csantos@porto.ucp.pt
    Eu gostaria de ficar com o seu mail. Obrigado.
    Carlos Santos

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