terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma nova identidade para a Europa.

Todos sentimos que a identidade europeia tem estado muito limitada ao mundo ocidental, ocidentalizada, muito devido ao desfecho da Segunda Guerra Mundial com a vitória tripartida entre Americanos credores, aliados enfraquecidos e Soviéticos ambiciosos.
Este paradigma prolongou-se e penetrou na génese europeia durante a longa Guerra Fria que se seguiu, encruzilhando a Europa entre o americanismo e o sovietismo, com maior confiança e intimidade com o primeiro que no segundo.

Na segunda metade do séc. XX esta divisão do Mundo predominou distinguindo os europeus como atores secundários donos de um palco de jogos políticos inter-potências dos quais não participavam.
Por cautela, por necessidade e por interesse e também por incapacidade institucional, a Europa, apesar de exemplo mundial de modelos sociais e democráticos, nunca pôde ser uma autoridade política.

Atualmente o mundo não se encontra mais subordinado aos EUA e os conflitos entre potências diversificaram-se em tipologia e dispersaram-se pelo globo. A Europa independente de hoje encontra-se liberta da sufocante pressão bélica e política, contudo, permanece aninhada no conforto conservador da antiga Ordem Internacional.

O mundo não parou só porque a zona euro está em crise económica.
Há belicismos ameaçadores, e crises mundiais que tectonicamente alteram todos os dias o planeta internacional e que a todos diz respeito.
A Europa não pode mais estar virada para dentro, brincar às submissões e às imposições. A Alemanha é apenas o que a restante UE permitir que seja e não há alterações de tratados ou acordos pressionados que mudem a seguinte realidade: A força da Europa reside na sua identidade, memória e diversidade. Tudo o resto são cópia&inveja de mercadores e medíocres.

Daí que o velho continente continuar a ignorar o mundo, externamente adormecido, equivale à sua contínua demissão enquanto papel (vocação) condutor do mundo, e o seu oblívio não apraz qualquer progresso positivo nem para a Europa nem para a sociedade planetária.

São cada vez mais os que postulam que a Europa deva sair da sombra de uns EUA tremidos e incapazes e assumir por fim a sua vocação histórica, com uma voz determinante e construtiva num diálogo participativo próprio com todo o globo e em particular a Rússia e as novas potências emergentes como o Brasil ou os gigantes asiáticos...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.