O sistema não funcionava...
Camaradas militares, oficiais genuínos
Gente disposta contra os cretinos
Tinha que se acabar com a trapalhada!
Chegara o momento da vitória
E sem procurar louvor ou glória
Se iria calar a gargalhada.
Partindo na madrugada
Um oficial liderou para Lisboa
Uns subalternos em brigada
Ocupando do beato à madragoa
Com a democracia desinibida cravou-se os louros pela descida
Desfilando na avenida que antes de ser já o era;
Mas a verdade fez-se bera parindo história iludida
Criando um monstro sem nome...
Depressa se sentiu uma ignorância
Que em toda e qualquer instãncia
Se nos mostrou fazer fraco da gente;
Longe dos tumultos nos trópicos
Começara pois a ditadura
Que com polícias e censura
Conteve a fome dos utópicos;
E sem a ver perdurar
Num surto sem cura
O alegre povo festejou
Legitimando amargura;
Agora a liberdade prostitui um símbolo
Que iguais não definem e dele se faz o que se quer,
Do fraterno uma desculpa, para o que der e vier.
Os ideiais esses,
Só nos espíritos se vivem, só na alma se manifesta
E sempre que a mesma data isso testa
Não há heróis nem canções nem flores
Que nos salvem do que resta...
Paulo Rosário Dias, Abril 2009
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